quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

PRA NÃO LAMBER AS PRÓPRIAS FERIDAS...





Há algum tempo atrás me deparei com um cachorro que utilizava um objeto que mais se parece com um funil em volta do pescoço, o que fui descobrir um pouco mais tarde se tratar de um  colar elisabetano, isso por que esteticamente parece com os colarinhos de tecido branco engomado que era muito utilizado no período da rainha Elisabete há alguns séculos atrás. A questão é que fui tomado de sobressalto ao pensar na funcionalidade desse colar e o que tal situação tem à nos ensinar, esses colares são colocados principalmente em situações em que o animal está com alguma ferida, ou cicatriz de cirurgia recente onde os pontos ainda estão na pele, esse objeto tem a função de  impedir que o cachorro ou gato passe a língua ou coce com os dentes a ferida, pois se isso não for feito o animal corre o risco de ter seu ferimento agravado por infecções ou de até mesmo retirar os pontos de uma cirurgia dificultando a recuperação dele mesmo e em casos extremos agravando a situação para um risco de morte.
O pensamento que me veio à mente ao refletir sobre isso é que muitas vezes nós seres humanos de certa forma precisamos ter um colar desses quanto à feridas que sofremos na caminhada da vida, a verdade é que em situações de adversidade e de dor temos uma tendência de autoproteção e da mesma forma somos levados à altas doses de auto piedade e passamos horas e horas de lamentação lambendo as nossas feridas, assim como no animal tal atitude mental e espiritual também dificulta nas recuperações diante de circunstâncias dolorosas de perdas ou frustrações, se ficarmos em um estado de autocomiseração somos infectados por um espírito de derrota que nos leva à um estado de prostração e inanição na vida, é preciso agir como se tivéssemos um colar elisabetano, e ignorar a coceira, a dor e deixar que a ferida se feche por si mesmo e seguir em frente com fé e coragem.

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